terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Semeando em tempos difíceis


Hoje vivemos em uma época em que, até certo ponto, temos facilidade para nos envolver com a obra de Deus, pois vivemos num País onde não existem grandes perseguições religiosas, podem-se abrir igrejas em qualquer lugar, existe o rádio, a TV, a Internet, o jornal.

O que precisamos é de gente com disposição para trabalhar, ou, então, que não impeçam os poucos que querem fazê-lo.

O Senhor Jesus atravessa o mar da Galiléia com os discípulos, e o povo vai correndo atrás deles, de forma que o Senhor fica e se compadece deles, os recebe e os ensina, mas o dia vai se acabando, eles estão numa região deserta e surge um problema: O que dar de comer ao povo, ou melhor, o que fazer com aquele povo?

A Mensagem de hoje tem por objetivo, não apenas alimentar a nossa  fé no Senhor que supre todas as nossas necessidades, mas,  mostrar algumas verdades que Jesus nos ensina a respeito da provisão que vem dele, como prova de seu cuidado para conosco.

Vamos aprender com Jesus, sobre alguns segredos da multiplicação;  que observados, trarão sobre nós, ricas bênçãos sem par.


1.     O SEGREDO DE SEMEAR EM TEMPOS DIFÍCEIS.

1.1            Uma multidão muito grande seguia Jesus;  e o texto explica:

E grande multidão o seguia, porque via os sinais que operava sobre os enfermos”.

Eram pessoas oriundas de todas as partes de Israel.   O Evangelista Marcos, destaca que no seu ministério terreno, que de todas as partes vinham ter com Ele.

Bendita receita que Jesus nos ensina: Milagres e prodígios para trazê-los ao Evangelho.  Busquemos de Deus seus sinais e maravilhas.   Na história da Igreja através dos tempos,  os milagres atraiam as multidões e estas eram salvas pela pregação do Evangelho, que é poder de Deus para s Salvação.

É lamentável hoje, vermos no cenário evangélico a triste realidade, de termos uma grande multidão que enche muitos templos, que foram atraídas por mensagens pragmáticas e  pelo entretenimento, e não por sinais e maravilhas que devem seguir a Igreja.

1.2             O Evangelista Mateus nos informa que o lugar era deserto e a hora avançada.

Aquela gente estava em um lugar sem recursos (deserto), e a escuridão da noite dominava.  Momento dificílimo para socorrer toda aquela gente cansada e faminta. Pois no deserto não existem mercados, feiras ou padarias.

Em meio aquela momentânea crise, alguém se apresenta para semear: Um menino com cinco pães e dois peixes.

Semear em tempos prosperidade, quando tudo corre às mil maravilhas é fácil.   O difícil e o extraordinário é semearmos no Reino de Deus, quando nos faltam recursos.  Quando é tempo de carestia e escassez.  Quando todas as portas se fecham.   Creio que a semeadura mais significativa para Deus é aquela nos tempos de crise (2 Co 8:1-5)

1.3            A viúva de Sarepta  nos ensina preciosas verdades – 1 Rs 17:8-16

 Primeiro:   Por maior que seja a crise sempre temos algo a ofertar.  Aquela mulher chegou aos limites da extrema pobreza,  mas ela tinha água (1 Rs 17:10) e um pouco de farinha e azeite (1 Rs 17:11)

Segundo:    Esta mulher foi ricamente abençoada, porque  priorizou a Deus ao obedecer a Palavra na boca do profeta Elias.  Há quem diga, que Elias tenha sido atrevido em suas palavras, ao ordenar que ela fizesse primeiro um bolo para ele. Mas, era Deus falando através dele  (1 Rs 17:11-13)  (Mt 6:33) (Cl 1:18)

Terceiro:   Aquela viúva nos ensina que a nossa oferta pode ser de vida ou oferta de morte.   Notemos que primeiramente ela confessa ao profeta, que iria fazer aquele último bolo e esperaria a morte.     De fato, se ela tivesse retido aquela oferta, isto é comido a semente;  sem dúvida morreria com seu filhinho (1 Rs 17:12).   Quantos crentes, que estão comendo a semente; e em decorrência, nada tem para colher,  vindo sobre eles pobreza e morte.

Mas, aquela viúva não reteve e não comeu a semente, mas semeou com fé no Reino.   Sua oferta foi de vida e não de morte, pois a partir de sua atitude de fé em Deus,  a farinha da panela não se acabou, nem o azeite da botija faltou (1 Rs 17:14-16) (Lc 6:38)

2.     O SEGREDO DA FÉ INCONDICIONAL NO SENHOR.

2.1 Vendo a multidão faminta, o Senhor Jesus faz uma pergunta extremamente interessante a  Felipe:  “Onde compraremos pão, para estes comerem?  (Jo 6:5)   Quando nós fazemos uma pergunta, é porque estamos querendo aprender.     Mas, com o Senhor é completamente diferente;  todas as vezes que o Senhor faz uma pergunta é para nos ensinar uma grande lição:     Quando pergunta para Adão – Onde estás? (Gn 3:8) (Pergunta para ensinar-lhe sobre sua posição de culpabilidade e pecado que se encontrava).     Quando pergunta para Elias – Que fazes aqui Elias? (1 Rs 19:13)(Pergunta para ensinar-lhe que fora da clausura da caverna, havia muito trabalho a fazer para Deus  1 Rs 19:13-16).

Quando pergunta em Lucas 18:8   “Quando vier o Filho do Homem, porventura achará fé na terra?”- Jesus ao perguntar, profetizou que os dias que antecederão sua Vinda, serão dias de uma grande crise de fé em toda Terra.

A pergunta feita a Felipe traz em seu bojo, um desafio  a fé de Felipe e dos demais discípulos.   Em outras palavras, Jesus estava confrontando a fé de Felipe, para este crer no Deus que ali estava pronto para prover a multidão.

Se desejarmos ver em nossa vida, o milagre da provisão e da multiplicação precisou crer inteiramente no Senhor.

2.2    O SEGREDO DA ENTREGA

Primeiro:  Consideremos a entrega do que somos. 

Notai que o evangelista João, ao descrever o milagre, fala primeiro que um rapaz se apresenta:  “Está aqui um rapaz”,   para depois falar do que ele tem: cinco pães de cevada e dois peixinhos.   Como o Senhor multiplicará o que temos se não nos damos primeiramente a Ele?   Quantos oram para que suas finanças sejam ricamente abençoadas,  seu trabalho e sua empresa prosperem,  seu pão de cada dia seja multiplicado, no entanto, nunca se entregaram de corpo e alma ao Senhor.    Lindo é o exemplo dos crentes da Macedônia descrito por Paulo:  ”Também,  irmãos vos fazem conhecer a graça de Deus dada às igrejas da Macedônia”.   Como em muita prova de tribulação, houve abundancia de seu gozo,  e como a sua profunda pobreza, abundou em riquezas da sua generosidade.     Porque, segundo o seu poder  (o que eu mesmo testifico),  e ainda acima do seu poder,  deram voluntariamente.
Pedindo-nos com muitos rogos a graça e a comunicação deste serviço,  que se fazia para com os santos.

E não somente isto fez como nós esperávamos, mas a si mesmos se deram primeiramente ao Senhor,  e depois a nós, pela Vontade de Deus.  (2 Co 8:1-5)

Segundo:  Consideremos a entrega do que temos

Depois de nos entregarmos ao Senhor,  poderemos sem sombra de dúvida,  ver a multiplicação do que temos.

Qual a oferta que Deus recebe, senão, aquela oferta que traduz a entrega primeira de todo ser a Deus.    Como Abel e sua oferta.   O ofertante se fundiu ‘a sua oferta,   seu coração, sua vida e sua adoração ali estavam na oferta. Para este tipo de oferta, Deus sempre atentará.    “E Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas, e da sua gordura.   E atentou o Senhor para Abel e sua oferta.” (Gn 4:4)

3.     O SEGREDO DA LIBERALIDADE.

3.1  Vemos naquele rapazinho, a vitória da generosidade sobre a avareza.

Diante da multidão faminta, aquele jovem que trazia o seu pequeno lanche;   poderia ter-se omitido, poderia ter ocultado sua provisão, poderia ter se retirado sutilmente a um lugar ‘a parte, e sem ninguém notar para comer  sua saborosa merenda.    No entanto, ele assim não procede, pois não era avarento, nem tinha um coração egoísta.   Aquele jovem, diante do quadro de profunda necessidade, se apresenta com o que tem. Que lindo!  Ele deve ter pensado: “Como posso eu comer, se esta gente está com fome?    Vou entregar ao Senhor o que tenho...

3.2    Algumas Bênçãos preciosas da Liberalidade:

a)    Vida abençoada – Sl 112:1-9             
b)    Provisão abundante – Pv 3:9-10
c)     Janelas dos Céus abertas – Ml 3:10
d)   Multiplicação do que temos – 1 Rs 17:8-16

4.     O SEGREDO DA GRATIDÃO.

4.1   É digno de nota, que o milagre da multiplicação é precedido por  uma atitude de gratidão.   “E Jesus tomou os pães e,  havendo dado graças...”  (Jo 6:11).

Crentes ingratos passam pela vida, sem verem o poder multiplicador da benção de Deus.   Mas, o agradecido, vivencia a cada partir do pão, o milagre da multiplicação. (1 Ts 5:18)(Cl 3:17)

4.2    É interessante como Deus trabalha na vida de quem é a Ele agradecido.   Quando agradecemos as bênçãos recebidas (Sl 103:1,2), estamos preparando o caminho para mais bênçãos. Deus vê o coração agradecido, como o solo mais fértil para seus gloriosos investimentos.

Deus trabalha assim:   A gente agradece e recebe.  Recebe e agradece;  e porque agradece, continua recebendo.  Bendito ciclo.     Queridos irmãos, não interrompamos este divino processo em nossas vidas, mas sejamos a Ele agradecidos sempre.  

No milagre que Jesus operou purificando dez leprosos de uma só vez.  Jesus não desejava apenas curá-los fisicamente, mas também salvar suas preciosas almas.   Nove receberam apenas a cura para seus corpos; mas, um que tinha o coração cheio de gratidão, voltou para render-lhe graças.  Este foi duplamente abençoado:  Foi curado da lepra completamente e foi salvo pelo poder de Deus (Lc 17:11-19).   Voltemos sempre ao Senhor para agradecer-lhe.   Não tenha dúvidas, que ao voltarmos a Ele, mais bênçãos receberemos.

5.     O SEGREDO DA PARTILHA.

5.1   “E Jesus tomou os pães e, havendo dado graças, repartiu pelos discípulos,  e os discípulos pelos que estavam assentados;   e igualmente também os peixes,  quanto eles queriam.”(Jo 6:11)

O Milagre da multiplicação não se deu em um só momento em que Jesus partiu os pães e os peixes.  Porque se assim fosse;  imediatamente se teria uma verdadeira montanha de pães e peixes multiplicados.   Mas,  o milagre da multiplicação se deu cada vez que ocorria a partilha.

Primeiro:    Multiplicou na mão de Jesus ao repartir e dar aos discípulos.

Segundo:   Multiplicou na mão dos discípulos ao repartirem com os chefes de cada família.

Terceiro:  O milagre da multiplicação não parava, enquanto iam repartindo:  De pai para mãe,  de mãe para filhos,  de irmão para irmão,  de vizinho para vizinho, de amigo para amigo.

5.2    Não existirá o milagre da multiplicação em nossas finanças, em nosso pão, em nossa casa,  até que sejamos liberais no repartir o que temos.   Neste glorioso milagre, Jesus está nos alertando, que se não houver partilha,  jamais haverá multiplicação.

Ec  11:1,2     “Lança o teu pão sobre as águas,  porque depois de muitos dias o acharás.     Reparte com sete, e ainda até com oito,   porque não sabes que mal haverá sobre a terra.”

Lc  6:38      “Dai, e ser-vos-á dado;  boa medida,  recalcada,  sacudida e transbordando vos deitarão no vosso regaço; porque com a medida com que medirdes também vos medirão de novo.”

2 Co 9:6-10     “E digo isto:  Que o que semeia pouco,  pouco também ceifará,   e o que semeia em abundancia,  em abundancia também ceifará.    Cada um contribua segundo propôs no seu coração;  não com tristeza,  ou por necessidade;  porque Deus ama ao que dá com alegria.     E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça, afim de que tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, abundeis em toda a boa obra.   Conforme está escrito:   Espalhou ,  deu aos pobres;   a sua justiça permanece para sempre.      Ora,  Aquele que dá semente ao que semeia, e pão para comer,  também multiplicará a vossa sementeira, e aumentará os frutos da vossa justiça.”

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