sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Reconciliando com Deus

“Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando o seus pecados, e pôs em nós a palavra da reconciliação”. II Co 5.19

Aplicação Pessoal

Diante do desastre causado pelo pecado, e do dilema do homem, Deus se prontificou a reconciliar-se com todo demonstrando a Sua graça.

Textos de Referência

“Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores. Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. Pois se nós, quando éramos inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estamos já reconciliados, seremos salvos pela sua Vida. Não somente isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de quem agora alcançamos a reconciliação”.  Romanos 5. 8-11

Introdução.

O Deus amoroso, justo, criador dos céus e terra, que encontramos nas páginas da Bíblia Sagrada, não é um ser distante, inacessível e indecifrável. Ao contrário, Deus tem alegria e contentamento em comunicar-se com o homem “coroa de sua criação”. Ele mesmo tomou iniciativa para estabelecer uma comunhão íntima entre o criador e sua criatura. Infelizmente, a humanidade tem escolhido caminhos que afetam essa comunhão com o Criador, entretanto, ao reconhecer seu estado de pecado, o homem poderá através de Jesus Cristo reconciliar-se com Deus. Gn 3.9; Rm 5.11

1. A Dispensação é o período que o homem é experimentado em relação à sua obediência a vontade tanto permissiva como diretiva de Deus.  Sabemos que Deus criou o homem e a mulher debaixo da “dispensação da inocência”, ainda que adultos nos seus entendimentos não existissem malícia, não havia despertado a concepção do “eu”, eram como crianças.  Após a queda, o pecado contra Deus, eles, agora saem da proteção desta dispensação e entram para a “dispensação da consciência”, conhecendo o bem e o mal. Gn 2.25

1.1. Dispensação da Inocência foi procedida pela criação. A dispensação se chama “da Inocência”, porque Adão e Eva eram inocentes, não conhecia o pecado. Reflete o estado original em que o homem foi criado. O homem foi colocado em um ambiente perfeito, sujeito a uma lei simples e advertido das consequências da desobediência. A mulher caiu sob a tentação, levando o seu marido, Adão a uma condição lamentável. Deus restaurou as suas criaturas pecaminosas, mas a “dispensação da inocência” terminou com o julgamento e a expulsão do casal. Gn 2. 15-17; 3.5

1.2. Dispensação da Consciência - Com a queda, Adão e Eva adquiriram o conhecimento do bem e o mal. Trocaram sua inocência por uma consciência acusadora. Por sua experiência na dispensação da inocência aprenderam a diferença entre o bem e o mal. Agora a sua consciência livre feito à semelhança de Deus foi deixado em liberdade para obedecê-lo. Isto proporcionou à sua consciência uma boa base para um julgamento moral e correto colocando sob seus ombros a seguinte responsabilidade; fazer o bem e evitar o mal. O resultado desta dispensação trouxe o caos e corrompeu toda a terra. Assim com Deus lançou juízo sobre Adão no Éden, Deus novamente lança juízo sobre a terra. O Dilúvio. Gn 3.7,22; 6.5-12, 7.11,23


2. O que é Reconciliação – Seu significado etimológico é mudança, mas o uso sempre inclui a união de duas ou mais partes pela renovação de bases ou causas de desarmonia. No grego, o verbo "reconciliar" (katallassō, do substantivo katallagē, que significa reconciliação) sugere a ideia de trocar, mudar. Neste caso específico, a inimizade está sendo trocada por relações pacíficas. Esta expressão diz respeito ao rejuntamento das pessoas que estavam separadas, assim como um pai e um filho que se separam por divergências familiares. Para que a relação seja restabelecida, é necessário remover os fatores que ocasionaram a inimizade. Na relação rompida entre Deus e a humanidade, a remoção dos elementos que impediam a sua restauração foi realizada pela expiação. A reconciliação é necessária para por fim à inimizade existente. A doutrina da reconciliação está relacionada com a restauração da comunhão entre o homem pecador e Deus, o Santo Criador, através de Jesus Cristo, o Redentor. Por causa de suas más ações, o homem é declarado inimigo de Deus. II Co 5.18-20; Ef 2.16

2.1 – Base da Reconciliação – A morte de Jesus Cristo na cruz proporcionou a reconciliação entre o homem e Deus. Jesus Cristo na cruz responsabilizou-se pelos pecados do mundo inteiro. O fato da obra de Jesus Cristo ter garantido a provisão para a reconciliação, não significa que todos os homens estejam bem com Deus. O processo de reconciliação não depende somente da obra do Medidor, mas da disposição do homem de se reconciliar com Deus. O que resta ao homem é aceitar provisão divina, restaurando a comunhão com Deus através do sacrifício reconciliador proporcionado por Jesus Cristo. Cl 1.20-23; Rm 5.10; Gl 3. 13,14

2.2 – Oferta da Reconciliação – Na sua segunda Epístola aos Coríntios, o apóstolo Paulo nos ensina sobre o “Ministério da Reconciliação”. É uma questão muito bem discutida quando se analisa o conteúdo das mensagens de Paulo. “Se alguém está em Cristo, nova criatura é; Tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação”. Toda pessoa reconciliada com Deus tem o ministério da reconciliação. Antes éramos inimigos de Deus, estávamos perdidos e desgarrados, mas agora reconciliado com Deus, buscamos os perdidos, os ferido e os desgarrados. Agora, somos instrumentos de reconciliação. II Co 5.11-21

3. O Autor da Reconciliação – Veja que interessante! No processo da reconciliação não é o homem caído que toma a iniciativa, mas sim a parte ofendida “Deus” que toma a iniciativa. Deus poderia ter nos tratado como tratou os anjos rebeldes, mantendo-os em estado de perdição eterna. Através do seu amor eterno e incessante por nós, Deus nos providenciou um caminho de volta para Ele. “Eu amei com amor eterno; com amor leal a atraí”. Jr 31.3

3.1 – A Reconciliação é iniciativa e obra de Deus –  A Bíblia Sagrada ensina que a obra redentora de Jesus Cristo foi suficiente para redenção de toda a humanidade. Através de seu sacrifício perfeito, bilhões de vidas miseráveis e pecaminosas foram representadas em Jesus Cristo, e os seus pecados foram perdoados. Apesar das diversas promessas bíblicas, mostram que Jesus Cristo morreu pelo mundo inteiro. Contudo, Ele não pode salvar nenhum pecador que se recuse a crer na obra redentora realizada por Jesus Cristo no Calvário e ser reconciliado com Deus. Toda a nossa salvação é iniciativa e obra de Deus. II Co 5.18; Rm 8.28

3.2 – Preço da Reconciliação –  O preço da reconciliação foi muito alto. Vejamos: Jesus no Getsêmani disse: “A minha alma está profundamente triste, numa tristeza mortal”. Indo um pouco mais adiante, prostrou-se com o rosto em terra e orou: “Meu Pai, se for possível, afasta de mim este cálice”. Naquele momento Ele sentiu o peso dos nossos pecados sobre os seus ombros. Não havia outro meio de sermos reconciliados com Deus. Jesus Cristo pelo seu sangue vertido ali na cruz proporcionou a nossa reconciliação. Quando Deus criou o Universo, Ele falou e tudo se fez. Quando Deus criou o homem, Ele formou o homem do pó da terra e o fez a sua imagem e semelhança, soprando em suas narinas o fôlego da vida. Deus quando reconciliou consigo o homem, Ele na pessoa do seu Filho Jesus Cristo esvaziou-se, assumiu a forma humana, chorou, sofreu, foi humilhado, escarnecido e morreu na cruz para nos reconciliar com Deus. Mt 26.38,39; Rm 8.32

4. O Agente da Reconciliação – Deus não pode fazer vistas grossas ao pecado – A justiça violada precisa ser satisfeita. A alma que pecar, essa morrerá. Deus não inocentará o culpado. Max Lucado declara que “por meio de Jesus Cristo, nosso passado foi perdoado e nosso futuro está garantido”. Mediante as palavras deste célebre escritor posso afirmar que por meio de Jesus Cristo, fomos reconciliados com Deus, nossa relação foi restabelecida. Portanto Jesus Cristo é a ponte que nos liga a Deus, é o único mediador, é o “Agente da Reconciliação” entre Deus e o homem. I Tm 2.5; Hb 12.24

4.1 – Cruz o ponto de reconciliação com Deus –  A cruz de Cristo foi o preço que Deus pagou para nos reconciliar consigo. A cruz é o lugar onde o amor e a justiça de Deus se encontrou. A justiça exigia a penalidade de morte pelo pecado, e Seu amor o perdão através do Seu próprio sacrifício para aniquilar o pecado. O Seu amor satisfez as Suas próprias exigências, enviando o seu Filho Unigênito, para morrer em nosso lugar. I Co 1.17; Gl 6.14; Cl 2.15

4.2 – A Necessidade da Reconciliação – Em seu sentido mais amplo reconciliação é a restauração da comunhão entre o homem caído e Deus ofendido. “Pois todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”. O pecado foi o maior desastre que aconteceu na história da humanidade. O pecado provocou um abismo espiritual, separou o homem de Deus; provocou um abismo social, separou o homem do seu próximo; provocou um abismo psicológico, separou o homem de si mesmo. O homem é um ser em guerra com Deus, consigo e com o seu próximo. O substantivo grego para reconciliação é “katallagē”, cujo sentido é “cessação de inimizade”. A ideia é que duas partes eram inimigas entre si, e agora são amigas. Deus e o homem, antes inimigos por causa da desobediência, mas agora se tornaram amigos na pessoa de Jesus Cristo. “Tudo isso é feito por Deus, o qual, por meio de Cristo, nos transforma de inimigos em amigo dele”. Cristo morreu para levar nossos pecados, portanto não há mais motivos para continuarmos inimigos de Deus. Somos chamados a sermos amigos de Deus. Pense nisto! Rm 3.23; II Co 5.18

Conclusão


Que gratidão advém àquele que, desgarrado como estava já foi reconciliado com Deus. Agora como criaturas reconciliadas por meio de Jesus Cristo, recebemos o ministério da reconciliação. Estávamos separados de Deus por causa do pecado, considerados inimigos dEle, porque Ele é Santo. Fomos nós que criamos esta inimizade e Deus por amor tomou medidas para acabar com essa inimizade, a cruz. Em Jesus, Deus nos chama à reconciliação e novamente oferece sua amizade.  A Bíblia ensina que “pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus” e que o homem é incapaz de salvar-se e de ir para o céu pela própria força, justiça e bondade. Deus proveu a salvação de maneira que a paz e a justiça fossem restauradas. No Jardim do Éden, Deus nos deu a ilustração de um cordeiro expiatório, que simbolizava o verdadeiro Cordeiro de Deus, o único que podia remover o pecado. Rm 3.23; Jo 1.14

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