quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Síndrome de Gafanhoto

Texto: Números 13.33.


Introdução.


A Palavra do Senhor contêm histórias de diversas pessoas que serviram a Deus. Essas pessoas podem ser vistas como “heróis ou heroínas”, príncipes e princesas, não porque foram perfeitas, mas porque tiveram fé. Todas eram pessoas comuns, falhas, porém obedeceram ao chamado de Deus durante uma época de obscuridade espiritual, no tempo e na cultura em que viveram. Por isso, a Bíblia honra cada uma dessas pessoas pela perseverança e fé na caminhada com o Pai. Nos dias de hoje, o Senhor deseja o mesmo; encontrar verdadeiros adoradores, homens e mulheres que sejam receptores e transmissores da graça dele. A fé em Cristo pode transformar gafanhotos em príncipes e princesas, em “heróis e heroínas” admiráveis.


Em Efésios 1:3 diz que: “O Senhor já tem nos abençoado com toda a sorte de bênçãos espirituais nas regiões celestiais.” O Senhor já vinha preparando para o seu povo uma terra que, por mais linda que você possa imaginar que ela fosse, era ainda gloriosa. Era uma terra saturada da bênção e do favor do Senhor, uma terra cujo título já descrevia a abundância: era uma terra que manava leite e mel. Era vontade de Deus que todos os que saíram do Egito pudessem tomar posse e desfrutar daquelas bênçãos, mas, dos que saíram apenas dois, Josué e Calebe, tiveram o privilégio de entrarem na terra. Vejamos em Números, capítulo 13, versos 25 ao 33:



Comentário.


Uma das coisas que têm trazido muita preocupação à liderança da Igreja é ver alguns irmãos que têm tudo para dar certo, mas não conseguem; outros, que caminham tão bem e, de repente no meio do caminho voltaram às costas e abandonam a fé, a Jesus.


Outros ainda vivem debaixo de um complexo tão grande de inferioridade, esmagados, muitas vezes por um sentimento de desvalorização que faz com que eles fiquem realmente com a estima baixa.


Muitos olham para dentro de si mesmos como lentes embaçadas, estão míopes, tendo conceitos errados, diferente do modo como Deus os vê। Há pessoas que são como os dez espiões de Israel.


De cada uma das doze tribos foi levantado um príncipe, ele tinha uma identidade que era de um príncipe, não era qualquer um। Foram escolhidos príncipes e havia uma ordenança veja nos versos 17 a 24.


Esses 12 príncipes foram enviados como precursores para conhecerem a terra, pisarem ali, provarem dos frutos, beberem da água e para contemplarem as belezas do lugar. Esse era o sonho de Deus, quando você lê o livro de Êxodo, você vê todo esforço de Deus para levar o seu povo para um lugar que Ele havia preparado.


Contudo dos 12 espias apenas dois retornaram trazendo aquele testemunho tão fantástico.


Os outros dez mudaram o relatório, eles disseram:


A terra é boa, os frutos são maravilhosos, veja as uvas que tão grandes que são necessárias duas pessoas para carregarem um único cacho! Mas, de repente, tudo mudou, eles começaram a ver apenas as dificuldades, os obstáculos, aquilo que os seus olhos viam, e a partir daí, tomaram uma decisão tão perversa!


Há pessoas que são como esses dez espiões de Israel. Eles eram príncipes, nobres, homens de valor e que tinham sido escolhidos criteriosamente. Eles eram homens inteligentes e estavam ali como representantes das suas tribos e, quando Moisés os enviou para espiarem a terra, eles foram e passaram lá quarenta dias. Eles devem ter ficado deslumbrados com tudo aquilo que estava vendo. Era uma terra fértil, que manava leite e mel.


Eu fico imaginando o que eles falavam enquanto caminhavam, pois há coisas que não se consegue descrever em palavras e é por isso que eles trouxeram um cacho de uva enorme, como testemunho, e afirmaram: “Olha, isto é comum, para todo o lado é assim. Há fartura, é uma terra abençoada, a bênção do Senhor está ali.” Mas, logo depois dos doze terem dito estas coisas, dez deles começaram a trazer um relatório muito diferente. “A terra é boa, mas devora seus habitantes; a terra mana leite e mel, mas não conseguiremos entrar lá; a terra é boa, fértil, mas nós morreremos no deserto. Não conseguiremos entrar porque ela é habitada por gigantes. A cidade possui muros muito altos e o povo é forte demais”, diziam eles. “Éramos, aos nossos próprios olhos, como gafanhotos e assim também o éramos aos seus olhos”, diz o verso 33 de Números 13.


Aqueles habitantes poderiam ser gigantes, mas eles, os dez espias, se viram como gafanhotos. Esses homens eram valorosos, mas eles se viram como insetos e foram tomados por este sentimento doentio de auto desvalorização e, conseqüentemente, se viram impotentes. O que nos faz, muitas vezes, chorar e clamar, “Senhor, tenha misericórdia!”, é ver pessoas que parecem gafanhotos, que se consideram como insetos, que caminham pela vida, cabisbaixos, vencidos, desanimados, desencorajados. Não crêem nas promessas do Senhor, só olham para as dificuldades, para os gigantes e não para Jesus. São pessoas que vivem choramingando, entoando um cântico triste e amargo de suas derrotas antecipadas. A pior derrota é a derrota antecipada, aquela que a pessoa gera dentro dela. Antes de ir para a luta, antes de enfrentar o inimigo, antes dos obstáculos, ela já se vê vencida, derrotada. Acha que nada na vida dará certo, que não adianta lutar, que estão engajados em uma causa perdida. Vive sem esperança. “Meu casamento tem que acabar mesmo; a solução é o divórcio”; “Esta doença não tem cura, o médico falou, está acabado”; “Há crise no país, não há emprego, a miséria está estabelecida, não tem solução”. Só palavras de derrota.


Há pessoas que foram vencidas, não pelo gigante das circunstâncias, mas pelos seus próprios sentimentos. Aqueles dez espiões conseguiram dominar e contaminar todo o arraial de Israel com seu pessimismo. Toda aquela multidão se alvoroçou contra Moisés e contra Arão. Eles perambularam no deserto durante quarenta anos porque deram ouvidos aos “arautos do caos”, da incredulidade, ao invés de se aterem às promessas de Deus.


Este relatório produziu tristeza e choro. Os líderes Moisés e Arão estavam novamente sob a murmuração e a reclamação do povo de Israel. Não havia mais liderança e queriam nomear um novo "capitão" para conduzí-los de volta ao Egito.


Síndrome de Gafanhotos! O coração do povo se derreteu e foi tomado por um profundo terror e tremor, esquecendo-se de todo o passado de vitórias e bênçãos que o Senhor havia lhes concedido desde a saída do Egito.


I – Os sintomas da síndrome de gafanhoto.


1º - Senso de fraqueza – “Não podemos subir...” (Nm। 13:31) Estes homens anularam a Palavra de Deus, duvidaram do Seu poder e só enxergaram os obstáculos.


2º - Complexo de inferioridade – “...porque é mais forte do que nós”. (Nm. 13:31) De fato, as cidades que eles deviam conquistar eram grandes, mas Deus é maior. Os gigantes eram fortes, mas Deus é o Todo-Poderoso.


3º - Arautos do caos – “E diante dos filhos de Israel infamaram a terra” (Nm. 13:31). Quando as pessoas estão contaminadas por este vírus maldito do pessimismo, elas difamam a Deus e desprezam suas bênçãos. Escarnecem das promessas divinas e se tornam pregoeiras do desânimo.


4º - Fraca auto-estima – “...e éramos aos nossos próprios olhos como gafanhotos...” (Nm. 13:33). Eles eram príncipes, mas se encolheram.


5º - Visão distorcida da realidade – “...éramos gafanhotos aos seus olhos” (Nm. 13:33). Eles sentiram-se indignos, menos que príncipes, menos do que homens, menos do que gente, gafanhotos, insetos.


II – Os efeitos da síndrome de gafanhoto.


1º - Induz o povo ao desespero – “... E o povo chorou aquela noite” (Nm. 14:1).


2º - Induz o povo à murmuração – “Todos os filhos de Israel murmuraram...” (Nm. 14;2).


3º - Induz o povo à ingratidão – “... antes tivéssemos morrido no Egito” (Nm. 14:2).


4º - Induz à insolência contra Deus – “E por que nos traz o Senhor a esta terra, para cairmos à espada...” (Nm. 14:3).


5º - Induz à apostasia – “Não nos seria melhor voltarmos para o Egito?” (Nm. 14:3).


6º - Induz à amotinação – “Levantemos a um para nosso capitão, e voltemos para o Egito” (Nm. 14:4).


7º - Induz à rebeldia contra Deus – “Tão-somente não sejais rebeldes contra o Senhor...” (Nm. 14:9).


8º - Induz ao medo inimigo – “... e não temais o povo dessa terra... “ (Nm. 14:9).


9º - Induz à perseguição contra a liderança instituída por Deus – “... toda a congregação disse que os apedrejassem” (Nm. 14:10).


III – O que fazer quando se constata que o povo está afetado pela síndrome de gafanhoto?
1º - Quebrantar-se diante de Deus – “Então Moisés e Arão caíram sobre os seus rostos... e Josué e Calebe rasgaram as suas veste...” (Nm. 14:5,6).


2º - Firmar-se nas promessas infalíveis da Palavra de Deus – “A terra pelo meio da qual passamos a espiar é terra muitíssimo boa” (Nm. 14:7).


3º - Conhecer as estratégias de Deus para a vitória


a)“...Se o Senhor se agradar de nós...” (Nm. 14;8) Quando Deus se agrada do seu povo, ele se torna imbatível.


b) “...o Senhor é conosco; não os temais” (Nm। 14:9). A nossa vitória não advém da nossa força, mas da presença de Deus conosco.


c) “...Tão somente não sejais rebeldes contra o Senhor...” (Nm. 14:9).


IV – Como Deus trata a questão da síndrome de gafanhoto no meio do seu povo?


1º - Deus traz livramento aos que crêem na sua Palavra – Nm. 14:10.


2º - Deus mostra cansaço com a incredulidade do povo diante de tantos sinais do Seu favor e da Sua bondade – Nm. 14:11.


3º - Deus perdoa o povo em resposta à oração – Nm. 14:20.


4º - Deus não retira as conseqüências do pecado – Nm. 14:21-23.


5º - Deus galardoa os que crêem na sua Palavra – Nm. 14:24,25.


Conclusão:


Em todos os momentos de transição que passarmos sempre teremos os conselhos do Senhor para nos levar a vitória. Meu desejo é que nesta semana você desenvolva a percepção da Presença de Deus na sua vida, Seja corajoso em se identificar como cristão e não retroceda diante das provações.


“Percorram o acampamento e ordenem ao povo que prepare as provisões. Daqui a três dias vocês atravessarão o Jordão neste ponto, para entrar e tomar posse da terra que o Senhor, o seu Deus, lhes dá”. (Js 1.11).


As promessas de Deus asseguram-nos em quaisquer circunstâncias. Ao mesmo tempo, precisamos compreender que essas promessas acham-se vinculadas a um pacto, no qual há cláusulas a serem observadas por nós. Deus faz a sua parte. Ele espera que façamos a nossa e que entendamos suas promessas à luz de sua soberania.


As promessas de Deus, portanto, não são meios para a promoção, não encerram nenhum vislumbre de sensacionalismos, não são recursos para serem tomados aqui ou ali ao gosto da vontade humana, mas estão soberanamente inseridas no contexto da história da salvação. Elas cumprem aquilo que Deus de antemão já designou em favor de seu povo desde a fundação do mundo.


Os pais dessa geração haviam recebido há 39 anos, idêntica oportunidade, mas por falta de fé não puderam aproveitá-la (Hb.4.2). Como conseqüência daquela tragédia, todos israelita de 20 anos de idade para cima, morreram durante os anos de peregrinação no deserto do Sinai (Nm. 1.3).


A nova geração, disposta a não cair em semelhante erro, demonstra que a “vitória vem pela fé”.


A realização das promessas de Deus não está sujeita às circunstâncias e nem limitada pelas intervenções contrárias, seja do homem seja do próprio Diabo, no intuito de impedir a ação de Deus. Em muitas ocasiões Satanás tentou impedir a promessa de salvação ao longo da história, mas fracassou, pois nada há que possa afastar Deus dos seus propósitos.


Josué foi líder dos filhos de Israel, depois da morte de Moisés. Ele os conduziu em triunfo na travessia do Jordão, bem como de vitória em vitória na terra de Canaã. Era homem que conhecia ao Senhor e que serviu de instrumento útil nas mãos de Deus, para realizar grandes milagres (a queda de Jericó, fazer parar o Sol e a Lua), bem como conquistar militarmente grandes nações, contando apenas com um exército de ex-escravos sob suas ordens. Qual foi a preparação recebida para tal liderança espiritual e natural? Ele foi “servidor” ou ministro de Moisés, durante quarenta anos, enquanto Israel peregrinou pelo deserto, Êx.24.13. “Servidor”, neste caso, não significa necessariamente obreiro, em qualquer sentido profissional; simplesmente indica que foi auxiliar pessoal de Moisés durante aqueles anos. Essa intimidade e contato com Moisés deram-lhe muitas oportunidades de observar o caráter do grande líder, e também notar como Deus tratava com o condutor de seu povo. Mediante a subordinação pessoal e a observação íntima, através de um longo período, Josué foi preparado para poderoso ministério, do qual mais tarde ocupou.


Todos aqueles que se mantêm firmes na Palavra do Senhor são mais do que vencedores, não se pode desviar os olhos da promessa। Assim como fez Calebe, nós não podemos olhar nem para esquerda, nem para a direita, nem para trás, temos que estar com os olhos fitos na promessa। Deus respalda os sonhadores com a sua Palavra e os faz alcançar as promessas. O que tem limitado a sua visão? Quais são as promessas que você tem buscado em Jesus? Creia, pois o teu clamor pode ressuscitar àquilo que está morto. Vocês conquistaram novos territórios! Invista em vocês, a visão de Deus começa aqui e agora. Deus vai te usar neste tempo. Saia do lugar da incredulidade, saia da terra do pecado e da religiosidade que te limita, seja um filho fiel que crê nas promessas de um Deus que jamais falhou. Você está autorizado a prosperar em Deus!


O interessante é que Deus se agradou da confiança e perseverança de Calebe, e fez promessas a ele (Nm 14:24). E Calebe esperou pacientemente pelo cumprimento delas por 45 anos (Js 14: 6-10). Da idade de 40 anos ele estava quando Deus fez a promessa, agora com os seus 85 anos, ele relembra a Josué da promessa que Deus lhe fizera, ele nunca esquecera e ficou esperando esses anos todos pelo cumprimento daquilo que Deus lhe falara. Mesmo que seus adversários zombassem de sua fé, ele jamais desistiu de esperar e lutar. Ele disse que, mesmo com seus 85 anos ele ainda continuava forte para a batalha (Js 14:11). Ele se encontrava em pleno vigor físico e espiritual para ainda lutar por aquilo, que lhe pertencia por direito, pois Deus lhe dera em promessa a terra por herança, cabia agora a ele, lutar contra os anaquins e os expelir daquele lugar, pois Deus estava com ele e Calebe tinha plena convicção disso. Os nossos inimigos são assim: não têm plena convicção na palavra de Deus e por isso tenta bloquear a nossa fé, a nossa confiança. Aquele que crê, dificilmente será confundido. É algo que não sei explicar, existe dentro de você, e ninguém pode tirar ou roubar.


Concluindo, Calebe aos seus 85 anos recebeu o cumprimento de sua promessa (Js 14:13). Valeu à pena esperar tantos anos no Senhor! Não importa a quantidade de tempo que você está da mesma forma esperando, mas espere confiando, que certamente Deus irá trazer a sua vitória.


Almejo, que nesse momento, seja liberada sobre todos nós, a unção do Espírito Santo, O cumpridor de promessas, O poder de Deus, e agora, imediatamente daremos a volta por cima, e diante de nossos inimigos levantaremos as nossas cabeças e cantaremos o hino da vitória, porque o mesmo Deus que permitiu a Josué e Calebe cantarem o hino da vitória diante daqueles que o desencorajavam é o mesmo Deus que está nos oferecendo um renovo em suas promessas. A zombaria do inimigo não se compara com a vitória que Deus tem para nos conceder. Nada se compara com as promessas de Deus.


Nós somos o povo de Deus e não gafanhotos. Temos de confiar inteiramente n’Ele.

Fonte: Livro Voando nas Alturas – Autor: Hernandes Dias Lopes.

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