domingo, 3 de junho de 2012

O Filho Pródigo

             Texto: Lucas 15. 11-32
            Lucas faz uma transição descontraída da segunda para a terceira parábola com a expressão: “Jesus continuou”. Independente das duas primeiras parábolas, a terceira não interrompe a continuidade, ou seja, todas foram ditas pela a mesma pessoa.
          Segundo alguns comentaristas referem-se a esta parábola como a “melhor de todas as pequenas narrativa jamais escrita”, a mais esplendida, certamente está entre a mais querida de todas elas. O coração humano corresponde à mensagem do amor perdoador que Deus tem para os pecadores, conforme é tão claramente exposto no texto.
             O duplo propósito dessa parábola, que permanece única, elevando acima de todas as obras humanas, antigas ou modernas, em magnificência e beleza, sinalizando nos primeiros versos o amor e a compaixão de Cristo pelos pecadores e a sua repreensão aos fariseus e escribas pela censura aos pecadores.
             Jesus sabia como tocar as cordas do coração, os publicanos e os pecadores chegando até Jesus para ouvir e Jesus assenta com eles para comer, enquanto os Escribas e os Fariseus murmuram, os anjos regozijam-se com o arrependimento dos pecadores.
           E Jesus começa a falar com eles, contando parábolas, mostrando que estão em desarmonia com o Céu,
           Quero  comentar com os irmãos sobre a parábola do Filho Pródigo. Jesus ensina verdade importante, expressão incomparável da paciência e generosidade com as quais o amor humano tolera e triunfa sobre a obstinação e loucuras humanas.

Comentário.
            Quando olhamos de forma mais ampla, descobrimos que a parábola possui dois níveis:
1.     O Pecador Arrependido Recebe a Benção.  (Lucas 15: 11 – 24)
2.     O Homem que se considera justo perde a Benção. (Lucas 15: 25 – 32)

1. O pecado. Certo homem tinha dois filhos, e o mais moço pediu ao pai à parte que lhe cabia dos bens, ou seja, pediu a herança paterna. Vejamos o pedido que ele fez com relação à porção dos bens do pai, e sabia que lhe pertencia por causa da lei. (Dt. 21:17) De acordo com essa determinação judaica sobre a herança, se houvesse apenas dois filhos, o mais velho receberia duas porções e o mais moço um terço de todos os bens móveis. Então um homem podia antes de morrer distribuir dádivas, conceder tudo o que possuísse se assim quisesse. Na parábola, o filho mais moço possui o direito legal à sua parte, embora não pudesse reclamá-la enquanto o seu pai vivesse assim o pedido do filho deveria ser visto como um favor ao qual o pai que lhe concedeu.
Ao desejar uma falsa independência, o filho mais moço pegou a sua porção e partiu para uma terra distante. Vê-se por este pedido que os laços familiares já não faziam mais sentido no coração do jovem, o amor esfriara. Espiritualmente desejou viver longe do Pai (Deus) e planejar a sua vida de acordo com sua própria vontade, talvez cansado da provisão divina, pensava encontrar em si mesmo benções maiores e melhores. Este é o retrato do pecado, o querer impor a própria vontade raiz dos demais pecados.
O Pai concedeu-lhe o pedido, concluindo que não adiantaria reter, ou seja, manter o filho ali cujo coração já se distanciara do lar paternal, deixando que o filho por si só descobrisse a loucura de seu pedido.
Assim Deus trata conosco, se nós não queremos servir de todo o coração, pensando em tirar proveito longe da casa paternal, Deus permite fazer a prova, tudo o que o jovem insatisfeito queria e fazer era encher o seu estomago e viver para satisfazer os seus desejos carnais e sensuais, desperdiçando as suas bênçãos dissolutamente. Vivemos na casa de Deus, e muitas vezes não damos valor na benção que diariamente recebemos do Senhor, queremos ir para longe comer bolotas que o pecado nos oferece, vivendo dissolutamente no pecado.
2. A Partida. “E, poucos dias depois, o filho mais moço, ajuntado tudo, partiu para uma terra longínqua”.
Passou-se certo tempo até deixar a casa do pai. Antes de alguém agir como desviado, já possui um coração desviado. O Coração do Filho Pródigo levara-o para longe da vontade e os propósitos do Pai. O Coração separado de Deus leva o homem à loucura, a ações ímpias.
“Ajuntado tudo”. Certamente tudo que aquele jovem recebera como heranças foram transformadas em dinheiro ou joias. Da mesma forma, o pecador ajunta todas as suas energias e poderes para extrair do mundo tudo o que puder. Em pleno vigor físico, pelo cuidado do Pai, endinheirado, ele levou tudo nada deixou ali para eu servisse de âncora para trazê-lo de volta no decorrer do tempo. Assim somos nós quando afastamos da casa paternal, saímos sem nada deixar para traz, para nunca voltar, ignorando tudo e a todos. É fácil abandonar a casa quando tudo vai bem, com dinheiro no bolso, uma bela casa, um belo carro, em plena saúde, ou seja, usamos as benções que Deus concedeu e aplicamos nos desejos carnais em coisas que não agrada a Deus.
“Terra Distante” é a esfera aonde não há comunhão com Deus, onde vivem os que deliberadamente se afastam de Deus. (Gn. 3.23) Ex. Adão Estão afastados de Deus, não pela distância, mas sim pelo sentimento.
3. A Fome. Duas desgraças o feriram simultaneamente – esgotaram seus recursos, ali desperdiçou a sua herança, por um tempo, gostou da emoção da independência, de ser o seu próprio chefe, da exaltação de dias felizes e noites brilhantes com seus amigos. A apostasia transforma-se em loucura de gastar. Pagou um alto preço – Desperdiçou a sua herança. Viver para o próprio-eu é desgastante: gasta os talentos, enfraquece a vontade, destrói as oportunidades e quebranta o corpo. Não é necessária vasta experiência para saber que quando o capital é gasto sem nada render, finalmente acaba sendo dissipado. Com a perda de tudo que tinha, veio também a perda dos suposto amigos, porque ninguém lhe dava nada, ele gastara muito com eles, mas os amigos os abandonaram quando ele se encontrava na mais terrível necessidade. E sobreveio àquele país uma grande fome, a fome não era a sua culpa, mas a primeira era inteiramente sua culpa, a comida estava em falta, como consequência o jovem começou a passar necessidade. Reduzido à pobreza, o jovem desejou voltar ao lar. Mas seu coração orgulhoso, ele preferiu insistir no seu péssimo caminho: “E foi, e chegou a um dos cidadãos daquela terra” tão grande era a sua necessidade, que ele, judeu orgulhoso, implorou a um gentio que lhe desse emprego. Na sua liberdade pensava ser o dono do mundo, agora se descobre escravo, foi forçado a trabalhar no chiqueiro de porcos. Os Judeus que ouviam a Jesus estremeceram com a “expressão apascentarem porcos”, porque para eles não existia humilhação maior do que essa existe um ditado rabínico que diz: “Maldito o homem que cria porco”. Os porcos eram imundos. (Lv. 11:7) O jovem por render-se aos seus apetites desenfreados, o pródigo foi levado a um estado tão humilhante que satisfaria a sua fome, comendo cascas e vagens que alimentavam os porcos. 
Como ficam humilhados os homens e mulheres, quando se identificam com apetites animalescos e alimentam-se do lixo, da escoria, do resto do mundo.
Alguns escritores fazem à conjectura que, visto que não lhe dava nada, deve ter furtado para manter-se vivo se assim fosse, estava afundado na degradação moral bem como a física. A expressão “Ninguém lhe dava nada”, demonstra a baixa estima em que àquele jovem caíra. Os porcos eram mais valiosos do que ele.
4. Arrependimento. Próximo de morrer de fome, o jovem pensou em casa, com todo conforto e sua dispensa repleta, sendo desfrutada não só pelo seu pai e irmão, mas também pelos jornaleiros de seu pai, contrastando com a sua condição de extrema dificuldade levou-o a refletir. A miséria mexeu com a razão. Por mais deplorável que fosse a sua condição, havia esperança. Estava longe do Pai (Deus), mas o Pai (Deus) não esta longe dele. Por consequência de seu próprio pecado, sobreviera-lhe a desgraça, mas esta era, ao mesmo tempo, uma expressão do amor divino. Deus tornou-lhe amargo o caminho a fim de levá-lo a abandonar o erro.
“E tornando a si”. O homem distanciado de Deus não vive sua verdadeira personalidade. O Pecado é um tipo de loucura espiritual que leva a pessoa a abandonar o que há de mais nobre em nossa natureza, a pessoa afastada de Deus vive de forma contrária à natureza, pois não fomos feitos para viver sobre o jugo do pecado.
“Disse: Quantos jornaleiros de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome!”. A bela imagem revela-se no quarto escuro. Na escuridão do doloroso isolamento, veio à mente do Filho Pródigo a visão do lar e do conforto que “tolamente abandonara”. A prática do pecado não é a pátria da alma, e a perturbação e insatisfação dos maus nada mais é que o anseio do coração pelo Lar.
“Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai pequei contra o céu e perante ti; já não sou digno de ser chamado seu filho; faze-me como um dos teus jornaleiros”. A expressão “Levantar-me-ei” sugere ressurreição espiritual, ele estava morto em delitos e pecados, mas agora se levanta, inspirado pelo desejo de procurar o pai amoroso e o lar confortável. Reconhecia que perdera todo o direito de ser tratado como um filho, e apenas esperava a possibilidade de ser como os jornaleiros assalariados de seu pai, então ele pediria trabalho, pelos menos receberia então salário para o seu sustento.  Assim como ajuntara tudo para viajar aquela terra distante, agora reúne suas forças para deixá-las e voltar. A Salvação começa quando ele se volta à casa paternal.
5. A Volta. “E se levantado foi para seu pai” Após preparar o seu pedido, ele se levantou e foi até o pai, que estava preparado para o momento em que o seu filho pródigo voltasse, pois “quando ainda estava longe, viu-o pai”, o que parece mostrar que ele viu o filho ante que este contemplasse. Que toque precioso Jesus deu a narrativa, quando disse que o pai entusiasmado correu ao para encontrar-se com o seu filho faminto, todo esfarrapado e com os pés doloridos! Moveu-se de íntima compaixão. O filho estava tão cansado que não podia correr, mas seu pai já idoso esqueceu-se de sua idade e dignidade e correu para encontrar-se com o filho errante. Deus em seu desejo ardente de dar boas vindas ao pecador arrependido que retorna a ele adianta-se mais da metade do caminho para encontrar-se com ele.
O filho pródigo não teve condições de expressar todo pedido que havia preparado, quando encontrou com seu pai, os beijos de seu pai sufocaram os lábios do filho que estava de volta ao lar, e para o seu pai aquilo era tudo que importava. O pai tinha muitas vezes olhado ao longo da estrada, na esperança de encontrar o seu filho novamente, e agora a sua explosão de compaixão e a manifestação transbordante de alegria do abraço paternal, prova do seu amor que nunca se extinguira pelo filho perdido.
Assim também Deus aguarda a volta do pecador, velando sobre os primeiros sinais de arrependimento. (Tg. 4:8) Deus da 100 passos em resposta de um único passo do arrependido. “Pai, pequei contra o céu e perante ti”. A realidade de o arrependimento esta no reconhecer a raiz do pecado como transgressão da lei de Deus. (Sl. 51:4)
“Já não sou digo de ser chamado teu filho”. O pecador comprova-se digno de perdão ao confessar a sua dignidade.
6. A Restauração. O pronunciamento de contrição do filho não se completou. O pai não aceitou o seu pedido, e tão longo que o filho chegou a casa, ele o oficializou novamente na condição de filho. Seus trapos foram retirados, e foi-lhe dada “a melhor túnica” – símbolo da veste de justiça que o pecador arrependido recebe de Deus, essa melhor túnica significava que o filho havia sido oficialmente restabelecido à sua posição e aos seus direitos originais. O anel, símbolo da união dos corações que o pai e filho tinham experimentado, foi colocado no dedo; e as sandálias adornaram seu pé quase nu. Só os membros da família usavam calçados – os escravos andavam descalço. Esses eram, portanto sinais de que ele estava restaurado em sua posição de filho.
Feliz com a sua volta promoveram alegre celebração. Os detalhes mencionados são sinais de afeição e honra entre os orientais, e ensinam-nos as seguintes lições: Deus receberá o arrependido com alegria e, ao invés de lançar-lhe em rosto as suas culpas, honrá-lo-á com o melhor de sua benção.
Gostaria de ver esta parábola terminada no verso 24, mas alguém tinha de queixar-se. O Mestre faz uma sutil alusão aos fariseus e escribas, que murmuravam do seu interesse pelos pecadores. Grande é a diferença entre o coração amoroso de Deus e o coração mesquinho do homem.
O Homem que se Considera Justo Perde a Benção.  (Lucas 15.25 – 32)
Alegria dos que estavam em casa, que simboliza os sinais externos de alegria no coração dos filhos de Deus quando os pecadores são Salvos, despertou a curiosidade do irmão mais velho que volta do campo. Essa última imagem que Jesus acrescentou aqui foi dirigida contra os escribas e fariseus, os ritualistas de coração frio que criticam a simpatia do Filho de Deus pelos pecadores. Os lideres religiosos da nação não tinham compaixão divina para com os pecadores arrependidos. Os dois filhos mencionados no início da parábola reaparecem em cena com grande diferença de caráter. Na harmonia da comemoração cheia de jubilo, que acontecia na casa por causa de um ente querido que fora restaurado à virtude, ao lar e às bênçãos, surge o rugir da discórdia, causada pelo ranger de um orgulho e inveja diabólicos. Poderíamos até sentir que um final amargo não deveria ter integrado uma narrativa tão doce.
Esta narrativa do filho pródigo começa quando o mais moço longe de casa, e o mais velho presente em casa, embora ele nunca estivesse em casa, mas termina com o mais moço em casa e o mais velho recusando-se a entrar em casa. Nesta narrativa podemos dizer na verdade, que o mais velho era tão pródigo quanto ao seu irmão.
O filho mais moço voltou de uma terra distante para o coração e o lar de um pai, enquanto o mais velho partiu para uma terra distante do estar satisfeito consigo mesmo e do ressentimento mal-humorado. 
O filho mais velho era:
1. Desamável. Enquanto o filho mais moço dissipava a sua herança, o mais velho trabalhava fielmente. Voltando para casa, após mais um dia de trabalho, foi surpreendido com o som da festa: “E, chamando um dos servos, perguntou-lhe o que era aquilo”. Não entrou de imediato, nem entendeu que seu pai deveria ter bons motivos para fazer aquela festa. Por estranho que pareça, “se indignou e não queria entrar”, e nem seu pai consegui aplacar sua ira.
Também assim fazemos nós, crentes moralmente bons, mas que se recusaram a entrar, quando João Batista e Jesus proclamaram o Reino, pensava não precisar de arrependimento, por evitarem os pecados grosseiros da carne. Não percebiam que eram culpados de pecados do espírito. Não somente recusaram a entrar como também procuravam conservar as outras pessoas de fora. (Mt. 23:13; At.13:45)
2. Sem amor. O filho mais velho, na narrativa do texto, ele evita a palavra “pai”. E não diz: “Meu irmão”, mas sim: “Teu filho”. Não ama ao pai nem ao irmão. Procura chamar a atenção para a sua própria bondade, fazendo do irmão um pano de fundo escuro para suas virtudes. (Lc. 18:11)
O filho mais velho tinha consciência da sua própria retidão. Estava completamente justo aos seus próprios olhos. Via-se sempre como filho-padrão. Mas nunca realmente entendera o significado ser um filho, e talvez por isso nunca entendesse o que significava ser pai. Não podia entender por que o seu pai ficou tão cheio de alegria com a volta do filho. Queixou-se que o pai nunca lhe deu um cabrito para festa com os amigos. Os orgulhosos sempre são justos, e sempre sentem que não é tratado como merecem. Não podem referir ao seu irmão como irmão, mas sim como este teu filho. Graças ao nosso bom Deus que Ele nos trata com seu filho.
3. Ingrato. O pai não queria estragar a felicidade da ocasião, mas num gesto carinhoso, tenta explicar ao filho descontente. Primeiro, adverte-o, de modo indireto, que esta caindo no mesmo erro do seu irmão, pedindo sua parte nos bens: “Filho, tu sempre estás comigo; e todas as minhas coisas são tuas”. Era ingrato ou pela convivência com o pai ou pelos suprimentos diários. Nos versos 31 e 32, podemos assim traduzir as palavras do pai: “Filho, estamos unidos pelo convívio e por nossas posses. Unamo-nos agora, na alegria redentora, regozijando-nos por ter ser irmão arrependido de sua loucura”.
Todos os excessos que o filho pródigo cometeu, não lhe fecharão a entrada do céu; mas todas as virtudes do irmão mais velho não poderão fazê-lo entrar no céu, pois ele acalentou o orgulho no seu coração, e escarneceu de seu pai, por negligenciar o seu valor.
Conclusão.
Essa parábola ensina claramente que o Salvador Jesus chama pecadores, e não os que a si mesmo se consideram justos, ao arrependimento, embora esses precisem tanto como aqueles, se não mais. Resumindo as lições importantes da Parábola do Filho Pródigo, te faço uma pergunta neste instante: O que tens feito para ganhar os filhos pródigos e os desviados de Deus?
Nesta narrativa, vemos no termo Pai o perdoador, o nosso Pai Celestial cujo amor é mais vasto do que a mente humana possa medir. Vemos aqui a imagem mais bela e atraente de um Deus perdoador, jamais desenhada na terra. O evangelho que temos a pregar é a mensagem que fala de um Deus que ama e está ansioso para perdoar completamente e restaurar pecadores à comunhão consigo mesmo e trazer os filhos pródigos da posição de humilhante em que se encontram e coloca-los entre os príncipes.
Nesta narrativa, vemos o filho pródigo, aquele que rejeitou o amor de um pai e desperdiçou os bens que lhes foram dados por Deus, numa vida rebelde. Não é preciso que as pessoas se vistam com trapos para ser classificado com pródigos. Tivessem alguém conversado com o filho pródigo enquanto ele alimentava os porcos, descobriria pela sua maneira de falar, que ele pertenceria a um bom lar, e naturalmente perguntaríamos: Como você chegou a esta condição?
O Filho Pródigo representa o ser humano, feito a imagem e semelhança de Deus e degradado pelo pecado. A parábola não é somente a representação de um individuo, mas de toda a humanidade. O mundo desgarrou-se de Deus, e está sofrendo as consequências. Cristo veio restaurar a humanidade. Podemos encontrar dentro de nossas igrejas, crentes com uma bela situação financeira, uma bela posição no púlpito, mas cujos corações e caminhos estão entres a carnalidade vulgar, desprezando os pecadores como os escribas e fariseus, murmurando de Jesus, porque este com seu amor sublime assentam a mesa para comer com eles, os pecadores e os ensinarem a ter uma vida correta perante o nosso Pai Celestial. Para Deus os que se consideram justos estão tão perdidos quantos aos maiores dissolutos desse mundo.
Nesta narrativa, vemos o filho mais velho, representa os Escribas e os Fariseus, os crentes velhos de igreja, cheios de razão e sem amor, que se ressentiram do interesse de Cristo “O Pastor” pelos os pecadores; os que, na igreja primitiva, olhavam com desconfiança a admissão dos gentios. Temos um exemplo bem clássico na Bíblia; quando Paulo se converte, muito dos discípulos temiam e não acreditavam que fosse discípulo, muitos não acreditavam na sua chamada, mas o Deus perdoador honrou Paulo em seu ministério.
Em nosso próprio meio os irmãos mais velhos são os que, em sua presunção, acham que são suficientemente bons para entrar na casa do Pai, e não tem necessidade de serem achados ou de reviverem. Para eles as atividades, no sentido de ganhar almas, são muito desagradáveis, e não percebem que toda a sua justiça própria não é nada mais de que trapos de imundícias de um pródigo aos olhos de Deus.
É fácil criticar os outros quando cometem pecados pelos os quais não sentimos tentação, e nada mais há de especialmente heroico em viver conforme as normas da sociedade. O verdadeiro Santo, medindo a si mesmo conforme o padrão de Deus reconhece suas imperfeições e tem compaixão dos que transgridam.
Para concluirmos, o espírito sem amor exclui a benção. Ele se indignou e não queria entrar. O irmão mais velho representa aqueles que não querem entrar na benção, sabe por quê:
Em primeiro lugar não podia entender a atitude do pai, embora honrasse. Teria entendido se tivesse entrado na casa e confiado no pai. Muitas pessoas se excluem das bênçãos espirituais porque esbarram em coisas que não entendem. Porem, se confiamos em Deus, logo as entenderiam.
Em segundo lugar, estava zangado com o irmão, e nada nos separa de Deus tão rapidamente como o ódio. (Mt. 5:21-26)
Em terceiro lugar, confiou em relatórios de terceiros. Ao invés de depender de informações de empregados, deveria ter entrado para ver por si mesmo. Talvez uma olhada no seu irmão o comovesse. O empregado contou-lhe a verdade, mas talvez em um tom de voz que o tenha irritado. Muitas pessoas perdem a verdade e a benção por preferirem ouvir outros ao invés de olharem por si mesmos.
O preconceito pode tirar da pessoa o que ela mais precisa. Como ele ficou triste, enquanto os outros alegravam. Finalmente, perdeu a oportunidade de dar felicidade a outros.
Receber Cristo no coração é o antídoto ao espírito sem amor.

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