Certa mulher, não tinha nome,
ela era conhecida por seus problemas. Certas pessoas são conhecidas pelas suas
tragédias que acontecem em sua vida. Como você gostaria de ser lembrado pela
bênção ou pela maldição? Indo de mal a pior. Essa mulher era rica, contudo
perdeu todos seus bens devido à doença, vivia cada vez de mal a pior.
Infelizmente há pessoas que
manifestam a fé após uma tragédia em sua vida ou família. Não se manifesta fé
através do jejum, oração, vigília... Devemos a todo tempo mostrar a nossa fé no
Senhor. A Bíblia diz: “Sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb. 11.6) e outra vez diz: “ A
fé vem pelo ouvir e ouvir pela Palavra de Deus” (Rm. 10.17).
Ao praticar essas verdades são vencidos os medos, fracassos e tudo mais que
porventura nos impediria de chegar até Jesus. E foi o que esta mulher sem nome,
anônima até o momento fez! Ela manifestou a fé de 4 maneiras:
1 . Saiu de Casa
2. Ouviu falar de Jesus
3. Foi ao encontro de Jesus
4. Tocou em Jesus.
Ela considerou em seu coração que
bastava tocar na orla das vestes de Jesus que seria curada, porém, como
aproximar-se de Jesus sem contaminar a multidão? E o que faria a multidão se
descobrisse que uma mulher imunda havia saído no meio do povo, e
deliberadamente tocou e se esbarrou em todos? "Ou, quando tocar a
imundícia de um homem, seja qualquer que for a sua imundícia, com que se faça
imundo, e lhe for oculto, e o souber depois, será culpado" ( Lv 5:3 ).
O que há de tão importante no
milagre da mulher com um fluxo de sangue que levou três evangelistas a narrarem
o milagre? No que implicava uma mulher sofrer hemorragia constante àquela
época? Como dimensionar a fé daquela mulher em Cristo?
Em primeiro lugar é
essencial deixar registrado que os milagres narrados pelos apóstolos têm a
função precípua de levar os homens a crerem que Cristo é o Filho de Deus
“Jesus, pois, operou também em presença de seus discípulos muitos outros
sinais, que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos para
que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais
vida em seu nome” ( Jo 20:30 -31).
Marcos e Lucas registraram que a
mulher já havia gasto todos os seus bens com médicos, porém, não puderam
curá-la ( Mc 5:26 ; Lc 8:43 ).
Já os evangelistas Mateus e
Marcos destacam que uma mulher sofria de hemorragia há doze anos e, ao ouvir
falar de Jesus, passou a acreditar que, se somente tocasse em suas vestes
haveria de ser curada “Porque dizia consigo: Se eu tão-somente tocar a sua
roupa, ficarei sã” ( Mt 9:21 ).
Porém, havia um entrave: A
mulher por ter um fluxo de sangue, pela lei de Moisés era considerada imunda
"Também a mulher, quando tiver o fluxo do seu sangue, por muitos dias fora
do tempo da sua separação, ou quando tiver fluxo de sangue por mais tempo do
que a sua separação, todos os dias do fluxo da sua imundícia será imunda, como
nos dias da sua separação" ( Lv 15:25 ).
Ela considerou em seu coração
que bastava tocar na orla das vestes de Jesus que seria curada, porém, como
aproximar-se de Jesus sem contaminar a multidão? E o que faria a multidão se
descobrisse que uma mulher imunda havia saído no meio do povo, e
deliberadamente tocado esbarrando-se em todos? "Ou, quando tocar a
imundícia de um homem, seja qualquer que for a sua imundícia, com que se faça imundo,
e lhe for oculto, e o souber depois, será culpado" ( Lv 5:3 ).
Como sair de casa, se os
vizinhos que recriminavam aquela condição por causa da lei, poderiam vê-la no
meio da multidão? O que fariam os religiosos se a descobrissem?
Além do sofrimento físico e da
desesperança, a mulher do fluxo de sangue não podia participar das festas
religiosas, não podia ficar fora do templo junto com as outras mulheres e nem
ir a sinagoga ( Lv 15:25 -33). Ela devia permanecer confinada e isolada, pois
não podia relacionar-se com as pessoas, nem mesmo com os seus familiares. Tudo
o que ela tocava tornava-se imundo!
Embora ciente dos riscos de ser
pega, a mulher entrou no meio da multidão e, ao chegar por trás, tocou na orla
das vestes de Cristo e, imediatamente, ficou sã. Foi quando Jesus perguntou:
“Quem é que me tocou?” ( Lc 8:45 ).
Como deve ter ficado apreensiva
a mulher quando foi descoberto o seu ato de tocar nas vestes de Cristo! - Será
que Jesus vai me recriminar por ter saído em meio à multidão sendo imunda? O
que dirão os seus discípulos e a multidão? Será que todos ali presentes serão
concitados a se recolherem em casa para cumprirem o tempo determinado na lei
para a purificação? "Ordena aos filhos de Israel que lancem fora do
arraial a todo o leproso, e a todo o que padece fluxo, e a todos os imundos por
causa de contato com algum morto" ( Nm 5:2 ).
Enquanto as questões se
avolumavam na mente da mulher, Jesus continuava a perguntar: “Quem é que me tocou?”
( Lc 8:45 ). A multidão continuou negando e, Pedro juntamente com os outros
discípulos tentou dissuadir a Cristo argumentando: “E, negando todos, disse
Pedro e os que estavam com ele: Mestre, a multidão te aperta e te oprime, e
dizes: Quem é que me tocou?” ( Lc 8:45 ).
Jesus, porém, continuou a olhar
entre a multidão para ver quem havia lhe tocado! No verso 33 de Lucas 8 fica
nítido o quanto ela considerou antes de revelar-se, pois, sabia que havia
contrariado a lei indo até Jesus em meio a uma multidão.
A mulher ciente do que havia
ocorrido, com medo e tremendo, aproximou-se, prostrou-se diante de Cristo e
disse toda a verdade.
Foi quando Jesus lhe acalmou ao
dizer: “Filha, a tua fé te salvou; vai em paz, e sê curada deste teu mal” ( Lc
8:48 ).
Por causa da fidelidade de
Cristo Jesus, que honra aqueles que n’Ele confiam, a mulher foi: salva,
recebida por filha, curada do fluxo de sangue e despedida em paz. Toda a
confiança surgiu quando a mulher simplesmente ouviu falar de Jesus “Ouvindo
falar de Jesus, veio por detrás, entre a multidão, e tocou na sua veste. Porque
dizia: Se tão-somente tocar nas suas vestes, sararei” ( Mc 5:27 -28).
A confiança desta mulher nos
ensina que Jesus é a água viva, fonte inesgotável, pois qualquer imundo que
tocá-lo é limpo da sua imundície “Porém a fonte ou cisterna, em que se recolhem
águas, será limpa...” ( Lv 11:36 ).
Através dela somos ensinados que Cristo é a semente
incorruptível, o Verbo encarnado, pois até mesmo os cadáveres que sobre Ele
caírem tornam-se limpos “E, se dos seus cadáveres cair alguma coisa sobre
alguma semente que se vai semear, será limpa” ( Lv 11:37 ).
A confiança não surge do
sofrimento, ou das mazelas diárias, antes tem origem na palavra da verdade. Ele
passou a confiar a partir do momento que ouviu acerca de Cristo (v. 27). Quando
ela ouviu acerca d’Ele e refletiu (v. 28), foi tomada de confiança que superou
todos os medos (v. 33).
Se ela não tivesse ouvido acerca
do Cristo, jamais teria confiança, pois a fé vem pelo ouvir e, o ouvir pela
palavra de Deus ( Rm 10:17 ). Ao ouvir acerca daquele homem, ela foi invadida
por uma confiança tal que considerou que, se tão somente tocasse nas suas
vestes seria curada.
A confiança que ela depositou em
Cristo era diferente da confiança que tivera nos médicos. A confiança nos
médicos levou-a a gastar tudo o que possuía, mas a confiança em Cristo levou-a
a desafiar as suas próprias crendices, as disposições da lei e a religiosidade:
aquele homem tinha poder para sará-la daquele mal.
Se a noticia acerca de Cristo
não houvesse operado uma transformação (metanóia) no modo de pensar da mulher,
jamais ela iria intencionalmente tocar em Jesus, pois estaria presa ao
pensamento de que poderia contaminá-lo.
Após apresentar-se prostrada aos
pés de Cristo diante da multidão, e tendo declarado a sua intenção e confiança,
Jesus lhe disse: “Filha, a tua fé te salvou; vai em paz, e sê curada deste teu
mal” ( Mc 5:34 ).
O que salvou a mulher? A
‘confiança’ dela ou a ‘fé que se tornou manifesta’?
Ora, sabemos que quem salvou a
mulher foi Cristo, pois ele é a fé que havia de se manifestar "Mas, antes
que a fé viesse, estávamos guardados debaixo da lei, e encerrados para aquela
fé que se havia de manifestar" ( Gl 3:23 ). Antes de Cristo ser anunciado
ela confiava na lei, e a confiança dela não podia salvá-la, nem do pecado e nem
da enfermidade, porém, quando ela confiou em Cristo, o dom de Deus, ela foi
salva da condenação herdada de Adão e foi curada da enfermidade física
"Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é
dom de Deus" ( Ef 2:8 ); "Jesus respondeu, e disse-lhe: Se tu
conheceras o dom de Deus, e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe
pedirias, e ele te daria água viva" ( Jo 4:10).
Uma coisa é certa: ‘confiança’ a
parte da fé, que é Cristo, não salva. Confiar nos médicos, na lei, na
religiosidade, etc., nada produz, mas diante da fé manifesta, que é dom de
Deus, se o homem confiar será salvo.
O homem é justificado por
Cristo, a fé que havia de se manifestar, a fé que uma vez foi dada aos santos
“Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor
Jesus Cristo” ( Rm 5:1 ); “Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé
sem as obras da lei” ( Rm 3:28 ).
Aquele que confia no Verbo que
se fez carne, o autor e consumador da fé, tem a vida eterna, pois a confiança
advém da palavra de Deus, que é firme e permanece para sempre “Aquele que crê
no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida,
mas a ira de Deus sobre ele permanece” ( Jo 3:36 ).
A crença da mulher lhe salvou
porque ela creu naquele que tem poder para justificar o ímpio, ou seja, a
crença dela lhe foi imputada como justiça, assim como ocorreu com Abraão “Mas,
àquele que não pratica, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é
imputada como justiça” ( Rm 4:5 ); "E creu ele no SENHOR, e imputou-lhe
isto por justiça" ( Gn 15:6 ).
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