“Deus estava em Cristo
reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando o seus pecados, e pôs em nós
a palavra da reconciliação”. II Co 5.19
Aplicação Pessoal
Diante do desastre causado
pelo pecado, e do dilema do homem, Deus se prontificou a reconciliar-se com todo
demonstrando a Sua graça.
Textos de Referência
“Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós,
sendo nós ainda pecadores. Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu
sangue, seremos por ele salvos da ira. Pois se nós, quando éramos inimigos,
fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estamos já
reconciliados, seremos salvos pela sua Vida. Não somente isto, mas também nos
gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de quem agora
alcançamos a reconciliação”. Romanos
5. 8-11
Introdução.
O Deus amoroso, justo, criador
dos céus e terra, que encontramos nas páginas da Bíblia Sagrada, não é um ser
distante, inacessível e indecifrável. Ao contrário, Deus tem alegria e
contentamento em comunicar-se com o homem “coroa de sua criação”. Ele mesmo
tomou iniciativa para estabelecer uma comunhão íntima entre o criador e sua
criatura. Infelizmente, a humanidade tem escolhido caminhos que afetam essa
comunhão com o Criador, entretanto, ao reconhecer seu estado de pecado, o homem
poderá através de Jesus Cristo reconciliar-se com Deus. Gn 3.9; Rm 5.11
1. A Dispensação é o período que o homem é experimentado em
relação à sua obediência a vontade tanto permissiva como diretiva de Deus. Sabemos que Deus criou o homem e a mulher debaixo
da “dispensação da inocência”, ainda que adultos nos seus entendimentos não
existissem malícia, não havia despertado a concepção do “eu”, eram como
crianças. Após a queda, o pecado contra
Deus, eles, agora saem da proteção desta dispensação e entram para a
“dispensação da consciência”, conhecendo o bem e o mal. Gn 2.25
1.1. Dispensação da Inocência
foi procedida pela criação. A dispensação se chama “da Inocência”, porque Adão
e Eva eram inocentes, não conhecia o pecado. Reflete o estado original em que o
homem foi criado. O homem foi colocado em um ambiente perfeito, sujeito a uma
lei simples e advertido das consequências da desobediência. A mulher caiu sob a
tentação, levando o seu marido, Adão a uma condição lamentável. Deus restaurou
as suas criaturas pecaminosas, mas a “dispensação da inocência” terminou com o
julgamento e a expulsão do casal. Gn 2. 15-17; 3.5
1.2. Dispensação da Consciência -
Com a queda, Adão e Eva adquiriram o conhecimento do bem e o mal.
Trocaram sua inocência por uma consciência acusadora. Por sua experiência na
dispensação da inocência aprenderam a diferença entre o bem e o mal. Agora a
sua consciência livre feito à semelhança de Deus foi deixado em liberdade para
obedecê-lo. Isto proporcionou à sua consciência uma boa base para um julgamento
moral e correto colocando sob seus ombros a seguinte responsabilidade; fazer o
bem e evitar o mal. O resultado desta dispensação trouxe o caos e corrompeu
toda a terra. Assim com Deus lançou juízo sobre Adão no Éden, Deus novamente
lança juízo sobre a terra. O Dilúvio. Gn 3.7,22; 6.5-12, 7.11,23
2. O que é Reconciliação –
Seu significado etimológico é mudança, mas o uso sempre inclui a união de duas
ou mais partes pela renovação de bases ou causas de desarmonia. No grego, o
verbo "reconciliar" (katallassō, do substantivo katallagē, que
significa reconciliação) sugere a ideia de trocar, mudar. Neste caso
específico, a inimizade está sendo trocada por relações pacíficas. Esta
expressão diz respeito ao rejuntamento das pessoas que estavam separadas, assim
como um pai e um filho que se separam por divergências familiares. Para que a
relação seja restabelecida, é necessário remover os fatores que ocasionaram a
inimizade. Na relação rompida entre Deus e a humanidade, a remoção dos
elementos que impediam a sua restauração foi realizada pela expiação. A
reconciliação é necessária para por fim à inimizade existente. A doutrina da
reconciliação está relacionada com a restauração da comunhão entre o homem
pecador e Deus, o Santo Criador, através de Jesus Cristo, o Redentor. Por causa
de suas más ações, o homem é declarado inimigo de Deus. II Co 5.18-20; Ef 2.16
2.1 – Base da Reconciliação – A
morte de Jesus Cristo na cruz proporcionou a reconciliação entre o homem e
Deus. Jesus Cristo na cruz responsabilizou-se pelos pecados do mundo inteiro. O
fato da obra de Jesus Cristo ter garantido a provisão para a reconciliação, não
significa que todos os homens estejam bem com Deus. O processo de reconciliação
não depende somente da obra do Medidor, mas da disposição do homem de se
reconciliar com Deus. O que resta ao homem é aceitar provisão divina,
restaurando a comunhão com Deus através do sacrifício reconciliador
proporcionado por Jesus Cristo. Cl 1.20-23; Rm 5.10; Gl 3. 13,14
2.2 – Oferta da Reconciliação – Na
sua segunda Epístola aos Coríntios, o apóstolo Paulo nos ensina sobre o
“Ministério da Reconciliação”. É uma questão muito bem discutida quando se
analisa o conteúdo das mensagens de Paulo. “Se alguém está em Cristo, nova
criatura é; Tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por
Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação”. Toda pessoa
reconciliada com Deus tem o ministério da reconciliação. Antes éramos inimigos
de Deus, estávamos perdidos e desgarrados, mas agora reconciliado com Deus,
buscamos os perdidos, os ferido e os desgarrados. Agora, somos instrumentos de
reconciliação. II Co 5.11-21
3. O Autor da Reconciliação
– Veja que interessante! No processo da reconciliação não é o homem caído que
toma a iniciativa, mas sim a parte ofendida “Deus” que toma a iniciativa. Deus
poderia ter nos tratado como tratou os anjos rebeldes, mantendo-os em estado de
perdição eterna. Através do seu amor eterno e incessante por nós, Deus nos
providenciou um caminho de volta para Ele. “Eu amei com amor eterno; com amor
leal a atraí”. Jr 31.3
3.1 – A Reconciliação é
iniciativa e obra de Deus – A
Bíblia Sagrada ensina que a obra redentora de Jesus Cristo foi suficiente para
redenção de toda a humanidade. Através de seu sacrifício perfeito, bilhões de
vidas miseráveis e pecaminosas foram representadas em Jesus Cristo, e os seus
pecados foram perdoados. Apesar das diversas promessas bíblicas, mostram que
Jesus Cristo morreu pelo mundo inteiro. Contudo, Ele não pode salvar nenhum
pecador que se recuse a crer na obra redentora realizada por Jesus Cristo no
Calvário e ser reconciliado com Deus. Toda a nossa salvação é iniciativa e obra
de Deus. II Co 5.18; Rm 8.28
3.2 – Preço da Reconciliação – O preço da reconciliação foi muito alto.
Vejamos: Jesus no Getsêmani disse: “A minha alma está profundamente triste,
numa tristeza mortal”. Indo um pouco mais adiante, prostrou-se com o rosto em
terra e orou: “Meu Pai, se for possível, afasta de mim este cálice”. Naquele
momento Ele sentiu o peso dos nossos pecados sobre os seus ombros. Não havia
outro meio de sermos reconciliados com Deus. Jesus Cristo pelo seu sangue
vertido ali na cruz proporcionou a nossa reconciliação. Quando Deus criou o
Universo, Ele falou e tudo se fez. Quando Deus criou o homem, Ele formou o
homem do pó da terra e o fez a sua imagem e semelhança, soprando em suas
narinas o fôlego da vida. Deus quando reconciliou consigo o homem, Ele na
pessoa do seu Filho Jesus Cristo esvaziou-se, assumiu a forma humana, chorou,
sofreu, foi humilhado, escarnecido e morreu na cruz para nos reconciliar com
Deus. Mt 26.38,39; Rm 8.32
4. O Agente da Reconciliação – Deus
não pode fazer vistas grossas ao pecado – A justiça violada precisa ser
satisfeita. A alma que pecar, essa morrerá. Deus não inocentará o culpado. Max
Lucado declara que “por meio de Jesus Cristo, nosso passado foi
perdoado e nosso futuro está garantido”. Mediante as palavras deste célebre
escritor posso afirmar que por meio de Jesus Cristo, fomos reconciliados com
Deus, nossa relação foi restabelecida. Portanto Jesus Cristo é a ponte que nos
liga a Deus, é o único mediador, é o “Agente da Reconciliação” entre Deus e o
homem. I Tm 2.5; Hb 12.24
4.1 – Cruz o ponto de
reconciliação com Deus – A cruz
de Cristo foi o preço que Deus pagou para nos reconciliar consigo. A cruz é o
lugar onde o amor e a justiça de Deus se encontrou. A justiça exigia a
penalidade de morte pelo pecado, e Seu amor o perdão através do Seu próprio
sacrifício para aniquilar o pecado. O Seu amor satisfez as Suas próprias
exigências, enviando o seu Filho Unigênito, para morrer em nosso lugar. I Co
1.17; Gl 6.14; Cl 2.15
4.2 – A Necessidade da
Reconciliação – Em seu sentido mais amplo reconciliação é a restauração
da comunhão entre o homem caído e Deus ofendido. “Pois todos pecaram e
destituídos estão da glória de Deus”. O pecado foi o maior desastre que
aconteceu na história da humanidade. O pecado provocou um abismo espiritual,
separou o homem de Deus; provocou um abismo social, separou o homem do seu
próximo; provocou um abismo psicológico, separou o homem de si mesmo. O homem é
um ser em guerra com Deus, consigo e com o seu próximo. O substantivo grego
para reconciliação é “katallagē”, cujo sentido é “cessação de inimizade”. A
ideia é que duas partes eram inimigas entre si, e agora são amigas. Deus e o
homem, antes inimigos por causa da desobediência, mas agora se tornaram amigos
na pessoa de Jesus Cristo. “Tudo isso é feito por Deus, o qual, por meio de
Cristo, nos transforma de inimigos em amigo dele”. Cristo morreu para levar
nossos pecados, portanto não há mais motivos para continuarmos inimigos de
Deus. Somos chamados a sermos amigos de Deus. Pense nisto! Rm 3.23; II Co 5.18
Conclusão
Que gratidão advém àquele que,
desgarrado como estava já foi reconciliado com Deus. Agora como criaturas
reconciliadas por meio de Jesus Cristo, recebemos o ministério da
reconciliação. Estávamos separados de Deus por causa do pecado, considerados
inimigos dEle, porque Ele é Santo. Fomos nós que criamos esta inimizade e Deus
por amor tomou medidas para acabar com essa inimizade, a cruz. Em Jesus, Deus
nos chama à reconciliação e novamente oferece sua amizade. A Bíblia ensina que “pois todos pecaram e estão
destituídos da glória de Deus” e que o homem é incapaz de salvar-se e de ir
para o céu pela própria força, justiça e bondade. Deus proveu a salvação de
maneira que a paz e a justiça fossem restauradas. No Jardim do Éden, Deus nos
deu a ilustração de um cordeiro expiatório, que simbolizava o verdadeiro
Cordeiro de Deus, o único que podia remover o pecado. Rm 3.23; Jo 1.14
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