Texto: Josué 1.1-9.
Introdução.
Não devemos esquecer que a Bíblia Sagrada está
dividida em oito seções: 4 no Antigo Testamento – Lei, História, Poesia e
profecia; 4 no Novo Testamento – Biografia, História, Doutrina e Profecia.
O livro de Josué é a primeira parte da segunda
seção (História). Não devemos contemplar este
majestoso edifício da verdade divina como espectadores somente. O nosso fim não
deve ser admirar de fora tão bela obra, mas estar dentro, para que possamos
crer e obedecer.
Estando Moisés morto, Deus nomeou Josué para
guiar os filhos de Israel até a terra da promessa. A salvação de Israel das
mãos dos inimigos não viria do leste, do oeste, nem de parte alguma, senão
daquele que fez os céus e a terra!
Josué havia servido fielmente a Deus e a
Moisés por muitos anos. Que maravilha Josué ter entendido com perfeição o
significado de seu próprio nome: Josué significa, em hebraico, Jeová é a minha
Salvação. Em grego, se traduz por Jesus.
As palavras de Deus ressoaram no coração de
Josué: “Esforça-te, e tem bom ânimo”.O livro de Josué narra à entrada dos
israelitas na Terra Prometida, após a sua peregrinação. Os personagens deste
livro são israelitas da segunda geração
aguardando às margens do rio Jordão o momento da entrada inicial na Terra da Promissão.
O que
é Promissão? Promessa – Ato de prometer, Coisa prometida;
compromisso. Promessa feita por Deus a Abraão no livro de Gênesis no capitulo
12.
Os pais dessa geração haviam recebido há 39
anos, idêntica oportunidade, mas por falta de fé não puderam aproveitá-la
(Hb.4.2). Como consequência
daquela tragédia, todos israelita de 20 anos de idade para cima, morreram
durante os anos de peregrinação no deserto do Sinai (Nm. 1.3).
A nova geração, disposta a não cair em
semelhante erro, demonstra que a “vitória vem pela fé”. A fé destes israelitas
constitui o tema da presente mensagem: “Como alcançar a fé em tempo de Crise”.
Comentário.
O livro de Josué inicia com a promessa feita
por Deus a Josué e à nova geração de israelita. Deus prometeu: “... como fui com Moisés, assim serei contigo...”
(Js. 1.5).
Assim vemos que, cada geração precisa, por si mesma, cultivar a comunhão com
Deus, bem como travar suas próprias batalhas espirituais e ganhar suas próprias
vitórias pela fé.
A promessa de Deus declara ainda: “... não te deixarei, nem te desampararei” (Js. 1.5).
Esta promessa continua a mesma, século após séculos, através das gerações. Veja
a sua semelhança com o seguinte trecho do Novo Testamento: “... de maneira alguma, te deixarei, nunca jamais te
abandonarei. Assim, afirmemos confiantemente: O Senhor é o meu auxílio, não
temerei; que me poderá fazer o homem?” (Hb.
13. 5,6).
Por causa da sua fé vitoriosa, os israelitas
receberam como galardão a Terra de Canãa. Muitas pessoas imaginam Canãa como
sendo um tipo de céu, galardão do crente. Tal comparação não é correta, pois
Canãa foi um campo de batalha, e seus habitantes foram expulsos da terra (como
de fato aconteceu posteriormente). Em termos mais exatos, a experiência da
conquista de Canãa pode ser comparada à vida diária do crente, que enfrenta as
mais diversas lutas espirituais, enquanto vai crescendo na fé e na graça.
A promessa feita por Deus a Josué contém
locução paradoxal. Deus disse que daria ao povo de Israel a Terra de Canãa, mas
depois acrescentou: “Todo lugar que
pisar a planta do vosso pé, vo-lo tenho dado...” (Js. 1.3).
Esta aparente contradição envolve um princípio muito importante: nós recebemos a salvação de uma vez, completa, como dom
divino, mas ela vem acompanhada com muitas bênçãos, promessas e privilégios (Ef. 1.3).
Porém, só podemos de fato apropriarmo-nos dela e usufruí-la ao vivermos a vida
cristã passo a passo (Ef. 4.1); vencendo diariamente a luta espiritual (Ef. 6.12).
As condições propostas (Js. 6-18).
Deus ditou a Josué e aos Israelitas da segunda
geração, quatro requisitos para a prosperidade e sucesso na Terra da Promissão.
Estes requisitos estão enumerados nos versículos 6-9:
1.
“Sê forte e corajoso...” (v. 6).
2.
“... se... mui corajoso para
teres o cuidado de fazer segundo toda lei...” (v.7).
3.
“... medita nele (o livro da
lei) dia e noite...” (v.8).
4.
“... não temas, nem te
espante...” (v.9).
Note que Deus não deu instruções quanto à
estratégia militar dos israelitas, ma sim as diretrizes para a perspectiva
espiritual de uma vida bem sucedida.
A mesma promessa divina de prosperidade e
sucesso fora oferecida aos israelitas da primeira geração, mas estes falharam
na obediência aos requisitos que acompanhavam a dita promessa, nunca
conseguiram o prometido “descanso” na terra de Canãa. (Compare Dt. 12.8-14 com Js. 1.13-18) A
geração anterior perdeu este direito por não possuir fé, virtude necessária
para uma luta vitoriosa contra os “gigantes da
terra” a ser conquistada.
Hebreus 4.1,2 – traça um paralelo entre a
situação da nova geração de Israel e nossa com crentes em Jesus.
As palavras “...
sendo-nos deixada a promessa...”, mostram que temos direito de
desfrutar das promessas divinas e levar uma vida vitoriosa hoje em dia. Bem
como os israelitas da época de Josué, também podemos confiar na gloriosa
promessa: “... O Senhor, vosso Deus, vos concede
descanso e vos dá esta terra” (Js. 1.13).
A geração de Josué aceitou a fé e grande
entusiasmo a promessa de Deus, respondendo ao mandado divino com as seguintes
palavras: “... Tudo quanto nos ordenaste faremos e
aonde quer que nos enviares iremos” (Js. 1.16).
O caráter das promessas de Deus.
1.
As promessas de Deus são um ato
da sua vontade.
As promessas bíblicas designam o amoroso
compromisso estabelecido por Deus com os seus servos. Elas estão dispostas nas
escrituras, mas é necessário interpretá-las corretamente.
Nos primeiros capítulos de
Gênesis não aparecem apenas os juízos divinos por causa da rebelião humana,
mas há também o registro da primeira promessa (Gn. 3.15), que descortina a
história da salvação, cujo desenvolvimento perpassa toda a Bíblia, e que,
quanto à sua consumação, teve o seu fiel cumprimento em Cristo no Calvário.
Como ato soberano de sua vontade, Deus determinou em Cristo, prover a redenção
da raça humana.
O
profeta Isaias
no capítulo 55, vers. 6-13, refere-se aos pensamentos de Deus, seus
propósitos e seus caminhos como fonte soberana donde se derivam todas as suas
ações no relacionamento com o homem inclusive as suas promessas, porém, ela
implica reconhecer que plano de Deus para a humanidade vai muito além de nossas
expectativas.
A
realização das promessas de Deus não está sujeita às circunstâncias e nem
limitada pelas intervenções contrárias, seja do homem seja do próprio Diabo, no
intuito de impedir a ação de Deus. Em muitas ocasiões Satanás tentou impedir a
promessa de salvação ao longo da história, mas fracassou, pois nada há que
possa afastar Deus dos seus propósitos, não caminho de volta naquilo que Deus
decidiu realizar em seu pacto com o homem.
Josué
foi líder dos filhos de Israel, depois da morte de Moisés. Ele os conduziu em
triunfo na travessia do Jordão, bem como de vitória em vitória na terra de
Canaã. Era homem que conhecia ao Senhor e que serviu de instrumento útil nas
mãos de Deus, para realizar grandes milagres (a
queda de Jericó, fazer parar o Sol e a Lua), bem como conquistar
militarmente grandes nações, contando apenas com um exército de ex-escravos sob
suas ordens.
Qual foi a preparação recebida para
tal liderança espiritual e natural? Ele
foi “servidor” ou ministro de Moisés,
durante quarenta anos, enquanto Israel peregrinou pelo deserto, Êx.24.13. “Servidor”,
neste caso, não significa necessariamente obreiro, em qualquer sentido
profissional; simplesmente indica que foi auxiliar pessoal de Moisés
durante aqueles anos.
Essa intimidade e contato com Moisés deram-lhe muitas
oportunidades de observar o caráter do grande líder, e também notar como Deus
tratava com o condutor de seu povo. Mediante a subordinação pessoal e a observação
íntima, através de um longo período, Josué foi preparado para poderoso ministério,
do qual mais tarde ocupou.
O propósito das promessas de Deus.
1.
Redimir seu povo.
As promessas de Deus têm como primeiro
propósito redimir plenamente o seu povo. Quando Deus ordenou a Noé que
construísse a arca, visava exatamente a sua redenção; o mesmo aconteceu quando
Ele intimou Abraão a deixar a terra.
A promessa de livramento de Israel da escravidão egípcia
também teve esse significado. Semelhante, essa verdade vale para a vida da
Igreja (2
Co. 1.20)
Fomos redimidos do pecado e da escravidão que
impunha o príncipe deste mundo.
2.
Conduzir seu povo.
Outro conceito implícito nas promessas de Deus
é o de direção. Como podemos observar no livro do profeta Isaias 55. 12 “Porque, com alegria, saireis e, em paz, sereis guiados;
os montes e os outeiros exclamarão de prazer perante a vossa face, e todas as
árvores do campo baterão palmas”, o resultado da palavra que sai
da boca de Deus gera paz para prosseguirmos sempre em segurança, porque essa
bendita palavra nos guia e protege.
Mediante essas promessas estamos certos do que
o Senhor espera por nós; abrigados sob essa garantia não nos desviamos nem para
a direita nem para a esquerda. Sabemos o que queremos e aonde chegaremos.
3.
Abençoar seu povo.
Finalmente as promessas de Deus visam abençoar
seu povo, não com a expectativa errada Ada teologia da prosperidade, que põe as
riquezas como se fosse a conquista suprema da vida. Tudo quanto recebemos de
Deus, seja a faia em lugar de espinheiro, seja a murta em lugar da sarça, não é
para o nosso deleite e sim para sua excelsa e eterna glória. As promessas
apontam, assim, para Deus, o nosso Bem supremo, que nos garante uma segura
caminhada até nossa entrada nas mansões celestiais (2 Tm. 4.18).
Aplicação Pessoal.
Na longa peregrinação da fé cristã, as
promessas divinas semelham-se ao oásis verdejante e de águas corrente que
renova, refrigera e dá alento ao crente cansado. Todo cristão que tem sua alma
movida pelo intenso calor de mudança ou diversidade das coisas que sucedem para
o bem ou mal, encontra, nas promessas divinas, sombra e refrigério contra o
estio intempestivo. É ali, à sombra do altíssimo, que o viajante renova as
forças de seu ânimo abatido. É o refúgio secreto daqueles que amam o Senhor e
confiam incondicionalmente em suas santas, fiéis e preciosas promessas. É a
morada cercada pelos jardins da bondade e fontes da misericórdia; o lar dos
incansáveis e triunfantes peregrinos. Senhor, tu tens sido o nosso refúgio, de
geração em geração.
Conclusão.
As promessas de Deus asseguram-nos em
quaisquer circunstâncias. Ao mesmo tempo, precisamos compreender que essas
promessas acham-se vinculadas a um pato, no qual há cláusulas a serem
observadas por nós. Deus faz a sua parte. Ele espera que façamos a nossa e que
entendamos suas promessas à luz de sua soberania.
As promessas de Deus, portanto, não são meios
para a promoção, não encerram nenhum vislumbre de sensacionalismos, nãos são
recursos para serem tomados aqui ou ali ao gosto da vontade humana, mas estão
soberanamente inseridas no contexto da história da salvação. Elas cumprem
aquilo que Deus de antemão já designou em favor de seu povo desde a fundação do
mundo.
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